Diferentes maneiras de os seres humanos se perceberem ou se representarem podem ser discutidas, com base na obra musical da Ópera do Malandro, de Chico Buarque. Todas as referências à Ópera do Malandro neste texto correspondem às músicas Uma canção desnaturada, Palavra de mulher, Aquela mulher e Las muchachas de Copacabana.
Outras perguntas são, ainda, propostas na análise dessas músicas, por exemplo: Como nos tornamos quem somos? O que é ser homem? O que é ser mulher? Qual o papel da mulher? Qual o papel do homem? Questionar a imagem da mulher no Brasil remete-nos às etnias (indígenas, africanas e europeias) que nos constituíram. Que papéis exercem as mulheres brasileiras? Como a mulher se reconhece?
No teatro, os materiais — além deles, o corpo do ator, os efeitos visuais e sonoros, o texto falado e mesmo o completo silêncio, a ausência de luz — podem ser apresentados sob vários tipos e formas, destinados a ilustrar, sugerir ou servir de quadro para a ação. A obra, os objetos e as formas, os corpos em movimento, a luz e o som — compreendidos estritamente nos aspectos artísticos — o figurino, o cenário e a maquiagem representam o papel de materiais veiculados em uma cena teatral. Esses elementos também estão presentes em montagens realizadas da Ópera do Malandro, de Chico Buarque.
Fontes: www.cespe.unb.br/pas
Personagens
Duran - Um cafetão que se passa por um grande comerciante.
Vitória - Mulher de Duran. Uma cafetina que, na realidade, vivia da comercialização do seu corpo.
Teresinha - Filha de Vitória. É apaixonada por Max Overseas.
Max Overseas - Um patente superior que vive de golpes e conchavos com o chefe de Polícia Chaves.
As prostitutas - São apresentadas como vendedoras de uma butique.
O travesti “Geni” - Só serve para apanhar, cuspir e dar para qualquer um.
Barrabás - Carcereiro e amigo de Max Overseas.
Lúcia - Filha do delegado e amante de Max.
Teresinha - Filha de Vitória. É apaixonada por Max Overseas.
Max Overseas - Um patente superior que vive de golpes e conchavos com o chefe de Polícia Chaves.
As prostitutas - São apresentadas como vendedoras de uma butique.
O travesti “Geni” - Só serve para apanhar, cuspir e dar para qualquer um.
Barrabás - Carcereiro e amigo de Max Overseas.
Lúcia - Filha do delegado e amante de Max.
A História
Nos anos 40, época do Casino da Urca, tendo como plano de fundo a legalidade do jogo, a prostituição e o contrabando, a personagem Teresinha vive uma história de amor com o fora da lei Max Overseas, desejando desposá-lo. Quando seus pais descobrem, através de Geni, que o namorado não é um homem de posses e nem pertence ao meio-social que eles tanto desejam para ela, resolvem eliminá-lo, contando, para isso, com o chefe de Polícia que lhes deve dinheiro. Este, porém, é convidado para ser padrinho de casamento, já que tem negócios escusos com Max. Assim sendo, o delegado realiza o casamento no esconderijo, investido do Código Civil, porque ambos são amigos.Quando o pai da Teresinha descobre tudo, através de Geni, resolve chantagear o delegado, no dia primeiro de maio, tornando público o envolvimento de Max com ele. Chaves, por sua vez, não vê outra saída, senão “engaiolar o passarinho”. Teresinha assume o controle dos negócios do marido e expulsa um dos fora-da-lei. Quando vai visitar Max na delegacia, conta-lhe que pretende transformar o negócio ilegal em legal. Nesta primeira visita, ela descobre que ele tem uma “asa partida” por Lucia, filha do delegado. Esta conta ao Max que está grávida. Com juras de eterno amor, e convencida disso, furta as chaves do pai e acaba por libertá-lo.
Max está livre para comercializar o contrabando, comandar os malandros, transar com as prostitutas e promover um quebra-quebra nos bordéis do pai de Teresinha. Ele descobre que os seus negócios estão péssimos, devendo à praça. Só então vê que a mulher, uma principiante nos negócios, estava lhe arruinando. O pai de Teresinha, contrariado pelo fato de o malandro estar vivo e solto, se enfurece com o delegado e “joga para ganhar”: Max morto ou o delegado arruinado pela denúncia popular e o poder público! É claro que Chaves, mais uma vez, resolve prendê-lo e executá-lo.
Quando Max está preso, descobre que o carcereiro é um antigo comparsa, o Barrabás. Segue-se uma conversa entre os dois em que o segundo explica como foi colocado para fora da quadrilha por Teresinha, e agora é um homem da lei. O malandro tenta suborná-lo sem sucesso. Chega o dia em que o delegado resolve matar o fora-da-lei. Após um breve diálogo, ele dispara a sua arma contra o amigo, pelas costas. Tem medo de atirar pela frente, olhando nos olhos, já que eram comparsas e amigos. Max sente a dor provocada pelos tiros, a dor provocada pelo medo de morrer. Só que ele não está sangrando. As balas não o atingiram. Barrabás havia trocado a arma do delegado, justificando que em um grande musical as personagens não morrem. Em grandes musicais só existe alegria, em uma clara referência à realidade do texto ficcional, que é verossímil mas não verdade. Um malandro não pode morrer, principalmente Max Overseas. Teresinha aparece para lhe dizer que fechou um grande negócio com os americanos e que irão ganhar muito dinheiro com as importações e distribuições para todo o Brasil. O Sr. Duran, que detestava o malandro, já se oferece para ser seu sócio, junto com Chaves. Os malandros que haviam sido mandados embora por Teresinha resolvem fazer parte da sociedade. Todos então começam a cantar e a sambar com grande euforia.
Fonte: www.usinadeletras.com.br
Repertório: Uma canção desnaturada
No formato de ária, um violão acompanhando o vocal de Sueli Costa em andamento lento, o texto da melodia retrata a indignação dos pais da Curuminha [Terezinha]. Eles se lamentam pela decisão da filha de querer se casar com Max Overseas. A evidência é clara nos versos "Por que cresceste estabanada", "Saíste maquiada dentro do meu vestido" e outros.
Letra
Por
que creceste, curuminha
Assim
depressa, e estabanada
Saíste
maquiada
Dentro
do meu vestido
Se
fosse permitido
Eu
revertia o tempo
Para
viver a tempo
De
poder
Te
ver as pernas bambas, curuminha
Batendo
com a moleira
Te
emporcalhando inteira
E eu
te negar meu colo
Recuperar
as noites, curuminha
Que
atravessei em claro
Ignorar
teu choro
E só
cuidar de mim
Deixar-te
arder em febre, curuminha
Cinquenta
graus, tossir, bater o queixo
Vestir-te
com desleixo
Tratar
uma ama-seca
Quebrar
tua boneca, curuminha
Raspar
os teus cabelos
E ir
te exibindo pelos
Botequins
Tornar
azeite o leite
Do
peito que mirraste
No
chão que engatinhaste, salpicar
Mil
cacos de vidro
Pelo
cordão perdido
Te
recolher pra sempre
À
escuridão do ventre, curuminha
De
onde não deverias
Nunca
ter saído
Repertório: Palavra de mulher
No formato de ária, um violão acompanhando o vocal de Sueli Costa em andamento lento, o texto da melodia retrata a indignação dos pais da Curuminha [Terezinha]. Eles se lamentam pela decisão da filha de querer se casar com Max Overseas. A evidência é clara nos versos "Por que cresceste estabanada", "Saíste maquiada dentro do meu vestido" e outros.
Letra
Por
que creceste, curuminha
Assim
depressa, e estabanada
Saíste
maquiada
Dentro
do meu vestido
Se
fosse permitido
Eu
revertia o tempo
Para
viver a tempo
De
poder
Te
ver as pernas bambas, curuminha
Batendo
com a moleira
Te
emporcalhando inteira
E eu
te negar meu colo
Recuperar
as noites, curuminha
Que
atravessei em claro
Ignorar
teu choro
E só
cuidar de mim
Deixar-te
arder em febre, curuminha
Cinquenta
graus, tossir, bater o queixo
Vestir-te
com desleixo
Tratar
uma ama-seca
Quebrar
tua boneca, curuminha
Raspar
os teus cabelos
E ir
te exibindo pelos
Botequins
Tornar
azeite o leite
Do
peito que mirraste
No
chão que engatinhaste, salpicar
Mil
cacos de vidro
Pelo
cordão perdido
Te
recolher pra sempre
À
escuridão do ventre, curuminha
De
onde não deverias
Nunca
ter saído
Repertório: Palavra de mulher
É uma canção melancólica interpretada pela personagem Margô. O piano é absoluto ao acompanhar a voz feminina de Elba Ramalho. Há também um acompanhamento de fundo realizado pelos cordofones - violino e violoncelo.
Letra
Vou
voltar
Haja
o que houver, eu vou voltar
Já
te deixei jurando nunca mais olhar para trás
Palavra
de mulher, eu vou voltar
Posso
até
Sair
de bar em bar, falar besteira
E
me enganar
Com
qualquer um deitar
A
noite inteira
Eu
vou te amar
Vou chegar
A
qualquer hora ao meu lugar
E
se uma outra pretendia um dia te roubar
Dispensa
essa vadia
Eu
vou voltar
Vou
subir
A
nossa escada, a escada, a escada, a escada
Meu
amor eu, vou partir
De
novo e sempre, feito viciada
Eu
vou voltar
Pode ser
Que
a nossa história
Seja
mais uma quimera
E
pode o nosso teto, a Lapa, o Rio desabar
Pode
ser
Que
passe o nosso tempo
Como
qualquer primavera
Espera
Me
espera
Eu
vou voltar
É uma canção melancólica interpretada pela personagem Margô. O piano é absoluto ao acompanhar a voz feminina de Elba Ramalho. Há também um acompanhamento de fundo realizado pelos cordofones - violino e violoncelo.
Vou chegar
Pode ser
Letra
Vou
voltar
Haja
o que houver, eu vou voltar
Já
te deixei jurando nunca mais olhar para trás
Palavra
de mulher, eu vou voltar
Posso
até
Sair
de bar em bar, falar besteira
E
me enganar
Com
qualquer um deitar
A
noite inteira
Eu
vou te amar
Vou chegar
A
qualquer hora ao meu lugar
E
se uma outra pretendia um dia te roubar
Dispensa
essa vadia
Eu
vou voltar
Vou
subir
A
nossa escada, a escada, a escada, a escada
Meu
amor eu, vou partir
De
novo e sempre, feito viciada
Eu
vou voltar
Pode ser
Que
a nossa história
Seja
mais uma quimera
E
pode o nosso teto, a Lapa, o Rio desabar
Pode
ser
Que
passe o nosso tempo
Como
qualquer primavera
Espera
Me
espera
Eu
vou voltar
Repertório: Aquela mulher
A música interpretada pelo próprio malandro Max. É um Choro caracterizando o gênero que representa a figura do malandro. Mostra musicalmente o ar boêmio e urbano do Rio de Janeiro e do cenário cultural representado na Ópera do malandro.
Letra
Se
você quer mesmo saber
Por
que que ela ficou comigo
Eu
digo que não sei
Se
ela ainda tem seu endereço
Ou
se lembra de você
Confesso
que não perguntei
As nossas noites são
Feito
oração na catedral
Não
cuidamos do mundo
Um
segundo sequer
Que
noites de alucinação
Passo
dentro daquela mulher
Com
outros homens, ela só me diz
Que
sempre se exibiu
E
até fingiu sentir prazer
Mas
nunca soube, antes de mim
Que
o amor vai longe assim
Não
foi você quem quis saber?
A música interpretada pelo próprio malandro Max. É um Choro caracterizando o gênero que representa a figura do malandro. Mostra musicalmente o ar boêmio e urbano do Rio de Janeiro e do cenário cultural representado na Ópera do malandro.
As nossas noites são
Letra
Se
você quer mesmo saber
Por
que que ela ficou comigo
Eu
digo que não sei
Se
ela ainda tem seu endereço
Ou
se lembra de você
Confesso
que não perguntei
As nossas noites são
Feito
oração na catedral
Não
cuidamos do mundo
Um
segundo sequer
Que
noites de alucinação
Passo
dentro daquela mulher
Com
outros homens, ela só me diz
Que
sempre se exibiu
E
até fingiu sentir prazer
Mas
nunca soube, antes de mim
Que
o amor vai longe assim
Não
foi você quem quis saber?
Repertório: Las Muchachas de Copacabana
A canção reveza um solo de voz feminina com um coro de vozes femininas. Tem vários instrumentos de percussão e sopro e recebe influências de ritmos latinos e cubanos, uma espécie de salsa, bem descontraída e dançante. As prostitutas, inclusive Margô interpretam a canção.
Letra
Se
o cliente quer rumbeira, tem
Com
tempeiro da baiana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
Cubanita brasileira, tem
Com
sombreiro à mexicana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
``Mamãe,
Desculpa
meus erro de caligrafia
Lembrança
da filha
Que
brilha aqui na capital
É
uma estrela internacional
Tua
filha na capital
É
uma estrela internacional''
Quer uma amazona, o gringo tem
Um
domingo com a havaiana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
Se quer uma pecadora, tem
Uma
loura muçulmana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
``Mamãe,
Pro
mês eu lhe mando umas economia
Lembrança
da filha
Que
brilha aqui na capital
É
uma estrela internacional
Tua
filha na capital
É
uma estrela internacional''
Atração de Martinica, tem
Uma
chica sergipana
Paraguaia
da Jamaica, tem
Balalaica
peruana
Corcovado
em Mar Del Prata, tem
Catarata
de banana
Índia
canibal, na certa tem
E
é a oferta da semana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
A canção reveza um solo de voz feminina com um coro de vozes femininas. Tem vários instrumentos de percussão e sopro e recebe influências de ritmos latinos e cubanos, uma espécie de salsa, bem descontraída e dançante. As prostitutas, inclusive Margô interpretam a canção.
Cubanita brasileira, tem
``Mamãe,
Quer uma amazona, o gringo tem
Se quer uma pecadora, tem
``Mamãe,
Atração de Martinica, tem
Letra
Se
o cliente quer rumbeira, tem
Com
tempeiro da baiana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
Cubanita brasileira, tem
Com
sombreiro à mexicana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
``Mamãe,
Desculpa
meus erro de caligrafia
Lembrança
da filha
Que
brilha aqui na capital
É
uma estrela internacional
Tua
filha na capital
É
uma estrela internacional''
Quer uma amazona, o gringo tem
Um
domingo com a havaiana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
Se quer uma pecadora, tem
Uma
loura muçulmana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)
``Mamãe,
Pro
mês eu lhe mando umas economia
Lembrança
da filha
Que
brilha aqui na capital
É
uma estrela internacional
Tua
filha na capital
É
uma estrela internacional''
Atração de Martinica, tem
Uma
chica sergipana
Paraguaia
da Jamaica, tem
Balalaica
peruana
Corcovado
em Mar Del Prata, tem
Catarata
de banana
Índia
canibal, na certa tem
E
é a oferta da semana
Somos
las muchachas de Copacabana (bis)